As tribulações diárias, as turbulências no íntimo familiar, desvios de pensamentos, dificuldades no relacionamento conjugal, o cativeiro dos vícios, o desequilíbrio financeiro, enfermidades diversas e outros mais, são fatores que tendem a impulsionar muitos que se dizem Cristãos, a procurar preencher uma esperança de desejos insaciável pela cura, libertação e bem estar pessoal e social.
A visão limitada de muitos cristãos, na maioria egocêntrica, busca uma fonte de água viva e inesgotável que mate constantemente a sede do ter, esquecendo-se do ser, humano; ou – sendo mais claro e abrangente – buscam curas físicas e espirituais incutidas numa mente atrofiada e alienada em cultos espírita, búzios, horóscopo, amuletos, umbanda, revelações provindas das leituras feitas em cartas, bola de cristal ou em mão humana; ou simplesmente apostam na mudança da vida através dos jogos de azar e tantos mais. Onde está a verdadeira fé cristã? Por que a fé na mudança de vida tende a querer vencer sem sofrer?Será possível a fé transfigurar as raízes de nosso coração?
A busca pelo melhor e a necessidade de saber conversar com Deus, ver Deus, ouvir Deus, estar com Deus, é o princípio da ação que pode fazer crescer um minúsculo fragmento misterioso existente em cada um de nós: A fé. Jesus Cristo falou uma vez, que por pequena que seja a fé, ela faz coisas impossíveis acontecer, ou seja, ela é capaz de causar impactos fulminantes na mente e na vida humana. A fé está em nós! Basta de alguma forma, ser misturada com motivação para crescer. Como alguém que ora enquanto outra pessoa – com um copo d’água – espera ansiosamente que termine a oração para tornar possível a cura através da fé.
A Eucaristia depende da nossa fé para fazer acontecer. É um Sacramento místico, vivo, grandioso e com dimensões incalculáveis e imaginárias! É o próprio Deus que na humildade se faz pequeno para adentrar num ser humano pecador, limitado e necessitado de amor para ser grande. A Eucaristia é Jesus Cristo que cura, liberta e salva! Mas por que as curas e libertações não acontecem constantemente nos cristãos fiéis da religião Católica? Será falta de microfone na boca daquele que recebeu a graça, como fazem outras religiões? Será falta de motivação por parte de nossos representantes religiosos? Ou simplesmente a falta de fé, decorrente da manifestação mecânica dos fiéis ao alimentar-se da Hóstia Santa? Tudo leva crer que o mistério não está sendo vivido como deve.
O simples gesto de prostrar-se em respeito ao Senhor, mergulhando inteiramente no mistério de santificação e crer profundamente na real transformação que a fé pode manifestar, já é um pequeno passo para a realização de um grande milagre. Esse santíssimo ritual feito com amor até que Ele volte, já nos inclui diretamente como herdeiros de um Reino Eterno! Mas é preciso que entendamos o mistério da partilha, da união, da cura, da libertação, da vida... Apóstolo Paulo afirma – não só em uma de suas cartas: “O corpo de Cristo é a igreja”. Com esse conceito, o mistério da fé nos transporta pra Cristo que vive na pessoa do outro, e nos torna um alimento constante e recíproco. Membros auxiliando membros, sob a coordenação sábia e mística de uma cabeça. O corpo de Cristo é a Hóstia Santa, é Jesus vivo. O corpo de Cristo é a igreja, é o povo de Deus juntos em harmonia e comunhão! O mistério da nossa fé não é pra ser desvendado, é pra ser profundamente vivido!
Antônio Eurípedes
Coordenador Paroquial da Pastoral Familiar
Da Paróquia de São José – Timon.
Nenhum comentário: